sexta-feira, 25 de março de 2011

Auto-engano

Ah! O engano,
Minha dose de ilusão.
Meu trago, meu porre, minha dor, minha morte no monte,
Sozinho.
Amanhecer e acordar com a dor,
Relando os pés na água fria do lago,
Ando perdido e ando e ando e ando,
Sozinho.
Anoitecer e dormir com a dor,
Abraçado ao vento frígido.
Durmo acordado, dado ao rumo,
Sem rumo e,
Sozinho.

Acordo de olhos fechados,
Porque ver?
Porque o olhar?
Porque os olhos?
Porque?

A janela fechada mostra o preto de perto.
É melhor não crer,
Não ver,
Existir,
Sozinho.
O silêncio inexiste,
A verdade é que é meu corpo é quente,
E nem o vento, nem a água me congelam.
Meu corpo exposto ao Sol se deteriorizará,
Morrerei, sozinho, pois só o nada irá restar.


2 comentários:

  1. Sempre será o nada que restará, simplesmente porque é ele que agora ainda perdura em nossa falta.

    Esta dor é apenas um pequeno beliscão do nada...
    A morte é o seu eterno abraço...

    Mas não... Não restará o nada, porque sempre haverá de restar algo...

    Nem que seja o nada...

    t+

    ResponderExcluir
  2. Obrigado pelo comentário, muito pertinente! ^^

    As vezes pensamos no nada, até falamos nele, mas nem percebemos o seu "peso"...
    Imagine que do "nada", surgiu o universo, infinito? Do nada surgiu a imensidão do tudo... Aí sentiremos o peso do nada ao pensarmos ou falarmos nele...
    Mas o que me conforta ao carregar o nada em meus pensamentos é que... "do nada viemos a ao nada voltaremos", mas como do nada surgiu o infinito, talvez, morrerei, e nada irá restar, pois, "nada se perde, tudo se transforma"...

    Abraço, companheiro!

    ResponderExcluir

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails