segunda-feira, 27 de junho de 2011

Definição

Aos poucos o esquecimento tão reclamado, o afastamento tão exigido - embora não existentes - foram se concretizando. A sensação de estar sozinho é horrível. Nenhuma metáfora intimista o suficiente descreve essa triste condição, o que me prova que eu estou longe de me conhecer, longe de me definir, longe dos meus próprios limites. Talvez isso seja bom, bom para que eu nunca desista. Enfim, é isso.



sexta-feira, 24 de junho de 2011

As folhas

As folhas soltaram-se ao vento depois de desgastadas e mortas.
Mas pelo vento elas foram carregadas até o meu quintal
E assim permaneceram comigo por alguns momentos.
Arrepiei-me ao lembrar de quando as via vivas na sombra da árvore,
Sentado no colo daquele por quem, como as folhas, me encantei por alguns momentos.
As folhas, vivas no meio das outras, pareciam por mim esquecidas.
Mas assim que elas vieram a mim pude notar a sua verdadeira importância.
Infelizmente, eram as mesmas folhas mas a beleza não era a mesma.
Zurziram talvez, ainda que não percebessem, quem as nutria, aproximando-as de seu fim.
As folhas, na minha frente, só tinham um destino: serem varridas da minha memória
Dolorosamente pensei que uma nova chance a elas não existiria de verdade.
Esqueci-me porém, de apagar a beleza de sua natureza morta, pois,
Sozinho, ainda as guardo e morro cada vez que lembro que, talvez, um outro olhar não exista de verdade.



quarta-feira, 1 de junho de 2011

Chaim

I

Até quando você vai conseguir dizer não,
E deixar transparecer essa máscara que não é você?
A quem você quer enganar?
Você só engana a você mesmo.

Até quando eu vou conseguir dizer não,
E deixar transparecer esse máscara que não sou eu?
A quem eu quero enganar?
Eu só engano a mim mesmo.


II

Eu não sei mais quem eu sou
Nem mesmo o que sou.
Qual o sentido da minha vida?
Que importância tenho nesse mundo?

Até quando você vai conseguir dizer não,
E deixar transparecer essa máscara que não é você?
Não basta ser só você
O mundo não vai te enxergar assim.

A fé é a única coisa que me resta,
Mas que também não pode me ajudar.
Estou condenado a viver este inferno.

Cortaram a minha garganta e me deixaram no escuro
Ao som das batidas do meu coração que sangrara até congelar
E agora é uma pedra, branca, com esperança de ainda assim se salvar.


III

O amor esquecera quem eu sou.
Como flashes de memória
 Vejo as faces de meus amores distantes e eternos
Que na lembrança os atém
Esquecidos, porém.

Não posso ter tudo,
Somente o nada
Ou o pouco daquilo que nunca terei.
Eu nunca sei.
E por isso, por mais ninguém esperei.


IV

Perguntas se me arrependo do que que fiz
E eu direi que sim.
Viver a solidão é viver o maior dos infernos.
E o que eu fiz pra midar a minha vida?
Direi: nada.
Simplesmente porque eu não sou o culpado pelo que eu me tornei.
A culpa é a cópula
Que se perdeu em uma fábula
E perdeu todo o encantamento.

Até quando eu vou conseguir dizer não,
E deixar transparecer esse máscara que não sou eu?
A quem eu quero enganar?
Eu só engano a mim mesmo.


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