Ah! O cinema! É onde eu encontro meus amigos, e onde eu sei que não estou sozinho.
E foi com ele que reparei que preciso reaprender a amar.
Amar a vida como a amava antes. Amar os amigos como jamais amei alguém.
Afinal, a vida é um filete do tempo, e os amigos são o que dão sabor e movimento às fotografias que guardamos.
Nunca tive amigos, embora os fizesse com facilidade. Apenas fotos, estáticas, histórias nunca mais compartilhadas. Encaixotadas, como em um túmulo.
É que nunca consegui manter tão perto de mim, um verdadeiro amor.
Porque a vida é líquida, não o amor.
O amor é sólido, se soubermos verdadeiramente enxergá-lo.
A vida é fluida, é fácil lidar com ela, pois ela é objetiva, apenas passa.
Mas antes ela tem de passar pela dureza das pedras.
E as pedras nem sempre são secas, muitas vezes guardam preciosidades, sempre passageiras,
Mas que atrasam a chegada da água em seu destino final!
Uma vida sem pedras no caminho, passa tão rapidamente.
Que torna a vida um álbum de fotos.
Não havia percebido, mas meu coração é como uma ostra.
Metade pedra, metade vida. E antes de reconhecer tal fato, já sabia que ainda havia amor.
Quero transformar a minha vida em um cinema, e trazer os verdadeiros sabores a ele!
Preciso remar e trazer as fotos que deixei paradas para o movimento de uma nova vida.
Preciso reamar!
Reamar é preciso!
Então remo, reamo e remo!
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