quinta-feira, 16 de maio de 2013

Predição

Um antigo quadro fora feito pelas mãos do pintor. A obra tornara-se um evento para os raros artistas e para toda aristocracia de uma época. Enquanto todos assistiam a celebração, esperava-se pelo tempo que fosse. Esperava-se. Ao longe, nos fundos de uma sala, os espelhos que guardam vozes falam através das faces - estampam o orgulho da aristocracia, em um ambiente negro. Eis o reflexo do futuro quadro espelhando a medíocre vida de privilégios. Direitos que começam quando os de  outros terminam. Não há salvação para quem celebra. Ao fundo o espelho prediz o futuro, e nas mãos do pintor está seu reflexo - o espelho eternizado. Corpos condenados, guardados em um espelho na ponta dos dedos de um artista, um guardador de almas condenadas - o mal eternizado. Seriam os espelhos reflexos do passado ou olhar para o futuro? As almas presas no espelho acompanham a vida com seus próprios olhos, a vigia do mal eternizada pelo artista - o elo entre o futuro e um presente-passado. A concentração pede que se entre em um silencio musical - acho que estou ficando realmente louco - me vejo através de reflexos imaginários, onde a passagem pelo espelho é como a cena de um filme.


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