sexta-feira, 23 de março de 2012

Em que não é meu


É hora de dizer adeus e não há nada mais triste.
Bebo o último gole do café aguado e amargo, o qual deixei sem açúcar
Enquanto apago o cigarro que você deixou aceso antes de partir.
Penso em sair sem olhar para trás, mas é inevitável,
Sinto prazer em corroer a parte viva do meu coração
E deixar apenas o calcário, como uma ostra.
Entretanto, como de costume, volto esperando que volte.
Acendo um cigarro, sinto o seu trago e delicio-me com o seu perfume.
É o que me resta - o que o fogo já havia queimado.
Seu amor é cinza, deixa marcas que se apagam com o tempo,
Mas ainda me faz buscar as cores no labirinto de sua volta.
E perdendo-me em lugares de ninguém,
Mesmo que marcados com com o laço frouxo de outrém,
Encontrei-me no lugar de mim mesmo.


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