Em cima de um pequeno altar, no canto da sala, estava um candelabro e uma única vela.
Tal canto possuía uma certa atração mística - religião e ideologias em conflito - era surreal ou talvez uma real necessidade.
Dia sim, dia não, ele ajoelhava em baixo da vela acesa, e punha-se a meditar sobre sua oração profana - a mesma que lhe corroía por arrepender-se: Poderia colocar a si mesmo em frente ao disparo de uma arma, para salvar a vida de outrem mas, ao contrário, era ele que a disparara contra quem queria proteger incondicionalmente. O arrependimento é o pior remorso dos homens.
O gotejar da vela sobre si deixa marcas - é insano. A vela não sente saudades de sua própria dor (na dor do outro). Ele não se arrependera mais por nada. E a vela ia se apagando.
Nenhum comentário:
Postar um comentário