Aconteceu como um deja vú, deveria saber, estava somente preparado. E foi aí que percebi que estar preparado, levar consigo as armas não é suficiente. Retorno ao chá com bolos, na companhia de Clarice, Augusto e Manoel - amigos inseparáveis de minha literatura orgânica e psicótica. Retorno a minha verdade subjetiva e simbolista discutindo a fraude de Freud, entre os impulsos de vida e de morte. Reconheço que perdi tudo, ao olhar para o meu próprio reflexo e me ver sem face, não de maneira simbólica, mas sim realista, arranquei-a de mim mesmo porque não podia mais me ver sem você. E sim, torno-me um robô inteligente, não como aqueles que se deixam levar pelo seu sistema, mas um robô com sentimentos treinados de uma inteligência racional humana - talvez não entendam. Reconheço que perdi-me e que tudo perdi, mas o pior é que perdi, perdi sem perder nada.
E talvez não saibam que assim se perde todos os dias.
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