E eu ainda me pergunto, ou melhor, eu vivo a me perguntar o porque de certas coisas.
Porque existem barreiras ou um falso moralismo que nos impede de viver, que nos prende a rótulos inválidos e a estereótipos inteligíveis que não justificam absolutamente nada e ainda nos impede de amar?
Ainda me pergunto porque existem coisas que nunca teremos completamente, e delas temos que escolher entre ter só um pouco ou nada. Ter só um pouco só causa sofrimento - eu poderia, eu tive mas acabou, porque acabou? porque tinha que ser assim? - e escolher o nada causa uma certa frustração - por que eu não o fiz?
Mas se era pra ser só um pouco, era pra ser assim e foi e o nada só podia ser o nada. E nada mudaria isso.
O meu maior erro, talvez, seja não saber dizer não, de tanto pensar nas pessoas. As vezes um não pode ser ruim, mas é menos destrutivo que levar uma mentira besta a diante. Certa vez me disseram que quando você acha que tudo começou bem é aí que você está enganado, que você já começou errando. Se você parar pra analisar é verdade, mas também nem tudo precisa começar perfeito pra ser perfeito futuramente. As coisas mudam, as pessoas mudam. Eu acredito na mudança das pessoas e na ambiguidade de ser ser humano. Mas esse falso moralismo intrínseco na sociedade de sistemas e de credos excludentes nos obriga a cortar falsos males pela raíz. Há males que vem para o bem, mas eles ainda não deixam de ser males. Saber dizer um não é melhor que alimentar relações que envolvem sentimentos por um período maior de tempo, por exemplo, para depois deixar a máscara cair e quebrar fortes conexões como quando se produz energia nuclear com a fissão de um átomo, liberando toda sua energia que nas relações entre nós, seres humanos, talvez seja negativa e desencadeie cânceres devido a sua radiação. As máscaras sempre caem, embora eu acredite que ainda existem mentiras que de tanto serem alimentadas viram verdades - como falsos moralismos, ou melhor, esse moralismo ilógico que eu acredite existir e que nos prende, nos cega, e desvia nossos olhares da realidade ou de coisas que tem um real valor.